Tentar calar uma mulher negra é jogar álcool no fogo: Insubordinada sou eu!
Feminismo é para mulheres negras? Reflexões após a tentativa de intimidação do Insubordinadas por eu ter escrito um artigo antirracista no Brasil de Fato. Censura, tentativa de tutela ou racismo?
Mulheres brancas feministas jamais terão o poder de colocar rédeas em mulheres negras determinando até onde podemos reclamar as opressões que sofremos.
Não aceitamos tutela nem cabresto.
E não existe nós estarmos juntas lutando pelo que oprime a todas mulheres e na hora de falar sobre o que oprime a nós, mulheres negras, a resposta ser não sabemos o que e nem como fazer.
Porque se for assim, feministas brancas estão me dizendo que sabem somente sobre as suas dores e das minhas ainda não sabem nem se preocuparam em saber até agora?
Mas então para quem é o feminismo se não sabem lidar com nossas questões? Por quem estão lutando as mulheres que se dizem nossas aliadas e ao lado de quem estamos lutando?
Não tentem impor silêncio a uma mulher negra. Rugimos. A nossa vida já é uma selva.
Não me peça silêncio quando estiver pisando na minha garganta. Eu grito, mostro as marcas e busco reparação. Há muito tempo já escrevi: não peça subserviência a uma mulher negra. Chega.
Está mais do que na hora da casa grande saber a força da senzala em revolta com tantas opressões. Principalmente de sinházinhas que se apresentam como aliadas para na verdade tentar regular nossa voz nos cobrando gratidão como se fosse favor nos ver nos ambientes. Existimos. Pensamos. Falamos. Lidem com isso.
Ao grupo de leituras de mulheres que se dizem feministas e expulsaram a única mulher negra retinta periférica mãe solo no período em que lêem autoras negras... aquelas que se comovem apenas enquanto produzem posts e falas emocionadas e quando fecham as páginas dos livros e os encontros online ignoram a voz da mulher negra real na sua frente: vocês confirmaram tudo que percebi e não me calei desde que entrei naquele grupo.
Vocês reproduzem comportamentos racistas, são convenientes com o racismo das suas pelo velho pacto da branquitude e exploram nossas dores para encenarem uma aura de boas pessoas preocupadas com esse mundão. Estão preocupadas em manter seus privilégios. Escrevi, escrevo e escreverei quantas vezes achar devido falar sobre antirracismo.
"Uma mulher que escreve ninguém cala", já nos alertou Mel Duarte.
🪷
Sou Cíntia Colares, a Flor de Lótus, jornalista, poeta e ativista
🪷
Ah! Para quem achou que era preciso uma advogada...ok, aceito o convite para dançar nesse ritmo então.
Maravilhosa!🔥❤️🔥